Jesper Hedegaard – pianista, compositor e produtor fez mais de 2.500 shows no Brasil.
O pianista, compositor e produtor de renome internacional, Jesper Hedegaard, que em 1976 introduziu a Música Instrumental Brasileira na Dinamarca com 21 concertos do grupo Boa Nova, dedicou sua vida à tradição musical brasileira. Aos 24 anos, mudou-se para o Brasil, onde já fez mais de 2.500 shows. Especializou-se em Música Brasileira desde 1976 e viveu e se apresentou no Brasil por um total de 12 anos. Aí recebeu o Trofeu Caymmi em 1987 e tocou com uns dos melhores músicos do Brasil. Em 2013 lançou o CD Time to Change com Jesper Hedegaard Trio. Veja a critica de Jens Lohmann – Jazz Special # 134 ago.-set.
Na Dinamarca, Jesper liderou o New Brazilian Quartet por 12 anos e se apresentou no Musikcafeen, Copenhagen Jazzhouse, Vega, Montmartre e muitos outros locais do país. Apresentou-se também na Alemanha, Noruega, Suécia, EUA e mais recente em Portugal.
Desde 2010, o Jesper Hedegaard Trio e Jesper Hedegaard MIB5 fazem shows no Brasil em locais como TribOz, Wagner Tiso Jazzclub, Santo Scenarium, Centro Municipal de Referência da Música Carioca, Beco das Garrafas, Jazz B, Jazz nos Fundos e Núcelo Contemporânio .
Entre 2013 e 2018, Jesper realizou 6 turnês na Dinamarca e com o apoio da Jazz Denmark e trouxe grandes músicos brasileiros para a Dinamarca: Sidiel Viera – baixo, Fernando Pereira – bateria, Renato Endrigo – bateria, Thais Motta – vocal, Ramon Montagner – bateria e Celso de Almeida – bateria. realizou shows no Giant Steps, Café Divino, Portalen, Lyngby Jazzklub, Jazzselskabet in Aarhus, Paradise Jazz, Hornbæk Jazzklub, Værket in Randers, Kulturhuset Islands Brygge e Tranquebar com Jesper Hedegaard Sound of Brasil
Entre 2019 e 2021, Jesper viveu em Lisboa onde tocou no Hotclub de Portugal, Cascais Jazzclub, Be Jazz Café e Mais Jazz, bem como no Festival Europeu de Coimbra.
Jesper tocou com instrumentistas como Luiz Chuim de Siqueira (bateria), Ricardo Costa (bateria), Rafael Barata (bateria), Afonso Corrêa (bateria), Renato Massa (bateria), Celso de Almeida (bateria), Magno Bissoli (bateria). ), Fernando Pinto Pereira (bateria), Renato Endrigo (bateria), Proveta (sax), Paulinho Trompete (trompa de piano de cauda), Diogo Gomes (trompete), Mauro Senise (sax, flauta), Marcelo Martins (sax, flauta), Simon Thorsen (saxofone, flauta), Alexander Kraglund (violino, gaita), Simon Spang-Hanssem (saxofone, flauta), Celso Mendes (guitarra), Dudu Penz (baixo), Sidiel Vieira (baixo), Sizão Machado (baixo), Dodo Ferreira (baixo), Adriano Giffoni (baixo) Jorge Degas (baixo), Ivan Bastos (baixo), Sergio Barroso (baixo), Rodrigo Villa (baixo), Rômulo Duarte (baixo), Jorge Oscar (baixo), Bo Stief (baixo), Morten Ankarfeldt (baixo), Niels Lichtenberg (baixo), Marquinho (percussão).
Veja a notícia Pioneiro da Música Brasileira na Dinamarca. Desde 1976, Jesper Hedegaard trouxe mais de 100 músicos brasileiros para a Dinamarca.
Minha história – Um romance pra vida
Quando ouvi música brasileira pela primeira vez aos 16 anos, fiquei arrepiado e fui atingido por um raio. Foi minha melhor amiga que tocou vinis de Sergio Mendes Brasil 66 e João Gilberto para mim. Imediatamente me apaixonei e aqui começou minha busca para dominar a arte de tocar música brasileira.
Eu tinha 20 anos quando fui ao Brasil pela primeira vez. Viajei por 3 semanas com Bernhard Christensen – meu professor de música por 10 anos – e a maioria dos meus colegas para pesquisar e adquirir material sobre música brasileira. Eu me senti completamente em casa no primeiro encontro com este país incrível e cultura maravilhosa.
No ano seguinte em 1976, conheci Luiz Chuim de Siqueira em Paris. Não sabia que o encontro seria um dos mais importantes da minha vida. Foi no clube Le Bilboquet onde tocou bateria com Tania Maria.
Tornei-me amigo de Chuim e, quando voltei à Dinamarca depois de três semanas, ele me fez uma oferta que mudou minha vida para sempre. Ele me disse que estava tocando com um grupo chamado Boa Nova e queria que eu produzisse o grupo na Dinamarca. Pedi-lhe para me enviar fotos, release de imprensa e demo. Os músicos foram Paulinho Trompete – Piano de Cauda, Pascal Jamgotchian – sax e flauta, Mozar Terra – piano, Manasse Lourenço de Souza – cavaquinho, Alfredo Nascimento – guitarra, Ricardo Pereira dos Santos – baixo e Luiz Chuim de Siqueira – bateria. Mais tarde ficou claro para mim que eles eram entre os melhores músicos do Brasil.
Entrei em contato com o Centro de Jazz Dinamarquês, onde Arnvid Meyer me deu uma lista de clubes de jazz na Dinamarca. Em pouco tempo, consegui marcar 21 concertos em toda a Dinamarca, bem como gravações ao vivo na DR Radio por Jens Jørn Gjedsted. Boa Nova foi hospedado na casa da minha família, onde ensaiaram quase todos os dias durante os 3 meses que lá viveram. Pro Boa Nova fui produtor, roadie, técnico de som, motorista e banqueiro.
Boa Nova abriu para um profundo conhecimento da música brasileira. Mozar Terra me deu aulas de piano e me ensinou bossa nova como Desafinado e Wave, o que resultou em um interesse especial por Antônio Carlos Jobim. Chuim, que acabou morando na Dinamarca, passou anos me dando uma visão da história da música brasileira em reuniões semanais. A música do Boa Nova estava repleta de novidades sobre a MIB (Música Instrumental Brasileira), que na época não estava disponível em nenhuma plataforma. Sou muito grato por ter passado 3 meses intensos com Boa Nova.
Em 1977 iniciei o grupo Ritmo Calienete com Chuim, Chico Navarro e Jacob Andersen. Foi um mega sucesso, e 15 anos depois vi Ritmo Caliente mencionado na revista MM, como a primeira banda de salsa da Dinamarca em um artigo do journalista Ib Skovgaard.
Apostei tudo
Aos 24 anos, vendi meu amado piano Hindsberg e me esforcei para me aproximar da alma brasileira no Brasil. Para todos os efeitos, eu queria tocar música brasileira como um brasileiro e entender a cultura brasileira por dentro. Atraído por um profundo sentimento de necessidade e saudade, fui ao Rio de Janeiro em 1979 com uma mala e US$ 1.000 no bolso, sem outros planos além de tocar e aprender o máximo possível.
Fiquei 4 meses no Rio onde vivi com vários amigos e conheci muitos músicos maravilhosos. Depois morei 8 meses em São Paulo, onde comecei a tocar profissionalmente. Aluguei um quarto de uma amiga que morava em Pompeia. Regina, como era chamada, me contou muitas vezes sobre a viagem que ele fez para Bahia, e falou tantas vezes que eu deveria ir para Salvador. Depois de 8 meses em SP acabei viajando os 2500 km até Salvador de ônibus.
Já na primeira semana consegui um emprego fixo num hotel de 5 estrelas com uma banda. Acabei morando em Salvador por 10 anos. Eu tocava música brasileira 5-6 dias por semana, inclusive com minha própria banda GRUPO ASAS que foi eleita a melhor banda do ano no Projeto Troféu Caymmi – Salvador 1987. Fiz milhares de shows, por exemplo no Teatro Castro Alves, Teatro Vila Velha, Hotel Méridien, Hotel.